Ninguém está aqui para limpar o pó sobre o meu corpo. Suas mãos, procurando meu coração, deixam marcas em minha pele. Dentro do meu peito você encontra o que queria. Mas não está mais tão brilhante como antes.
Tocando a ferrugem dos velhos sentimentos você se contorce.  Você ouve o ranger das engrenagens envelhecidas. Você não entende como fui deixado assim. Tanto tempo sem fluido e agora não existe mais salvação.
Assustada, você da passos para trás. A noite parece fazer todo o sentido agora.

“O que pode ser mais quieto que a noite?”

“Ele pode, ele pode!”

Ela sabe que isso é verdade, pois lá fora ainda existem andarilhos. Existe o vento o balançando a cortina da janela e, além de tudo, existem coisas novas. E aqui? Aqui existe uma velha cadeira. Um punhado de sonhos jogados em algum canto escuro da sala. Uma carta de amor em cima da mesa e um homem, vitima do desanimo, sentado com sua cabeça baixa. Não existe maneira de saber o que esta ali há mais tempo. O que é mais velho.
Paralisado, estático.
Uma peça de aço. Um refém do silencio com erros de fabricação.
O ambiente esta destroçando sua vontade de amar. Você encara a porta e corre, sem coragem de olhar para trás.
Para trás você deixa tudo que te parecia tão antiquado.