Nem o mais afortunado bardo do mundo conseguiria escrever depois de ter presenciado o que presenciei.
Seu cabelo esvoaçante como ouro no ar, refletindo a luz de todos os sois e ofuscando os olhos dos mortais. Perfumados como orquídeas nascidas em campos gloriosos em dias de outrora.
Seus olhos escuros como pedra tocada pelas águas oriundas do mar de seu nome. Suaves em sua maneira de olhar e, ainda assim, dispostos a arrancar minha alma para dentro de seu negrume. Preciosas pérolas.
Sua pele lembra-me a neve do lugar onde nasci e boas são as lembranças que tenho daquele lugar.
Seu canto oferecido aos deuses é carregado para o céu, onde você devia estar e não aqui, entre guerras e cruzados. Entre sangue e poeira. Entre homens tolos demais para compreender sua beleza. Tão incompreensível que fez minha discrição se tornar vaga.
Minha visão se tornou turva.
Pouco consegui escrever sobre você.Senhora que nunca irei conhecer.
E que possivelmente, voltara para os céus.