Esquecidos em algum lugar

Eu cheguei meio sem pensar. Não sei por que estava lá, ou tinha medo de pensar nisso. Era um dia qualquer mais não pude deixar de prestar atenção no pássaro e no cheiro da grama. Nem pude deixar de notar a ironia que aquele lugar representava.

Mal pude olhar para ela e ela não olhava para mim. Apenas observava o que parecia ser o nada. Na verdade havia muita coisa lá. Mais então ela disse: “Sempre vou estar com você”, e então tudo desapareceu , só me sobrou o branco do mundo em volta e as lagrimas quentes descendo pelo meu rosto. Eu tenho certeza que conseguiria ouvi-las caindo na grama se não as tivesse enxugado em seu ombro. Pois só nessa hora eu percebi que não queria que ela me deixasse.

Depois disso, não me lembro de mais nada, foi como se tivesse morrido por dentro, como se o tempo tivesse acabado ali. Mais então, algo me fez renascer. A minha ultima ação, meu ultimo recurso, meu ultimo tesouro estava em suas mãos. E ao velo, você sentiu um pouco da dor de um coração partido e suas lagrimas despertaram algo e gravaram aquele momento dentro de mim.

Depois nós fomos, cada um para um lado. E só uma coisa permaneceu sem cor no mundo. Eu.

Mais isso é só uma história bonita demais para ser esquecida.

Oitavo personagem: O mestre dos mundos.

Eu sou o oito.

Eu sou o ultimo e o primeiro. Sou você e seu oposto. Sou aquele que trás o aperfeiçoamento para o primeiro, impedindo que ele tente ser igual outra pessoa. Sou aquele que mata o segundo e o faz renascer quando vê algo mais ao céu.

Sou quem segura às cordas da trama, quem controla e se deixa controlar por todos. Sou velho e novo. Sou aquele que trás o terceiro sonhar mesmo quando esta acordado.

Sou sua ultima parte, a mais precisa. Sou quem domina os outros sete e tenta ordenar o universo enquanto eles tentam confundir meus círculos perfeitos. Sou aquele que trás as opções para o quarto, fazendo ele se concentrar.

Sou aquele que rega os mundos com ódio e os faz respirar novamente, se sentirem vivos. Sou aquele que cega o quinto, fazendo ele se tornar alvo de seu próprio ego.

Sou aquele que sabe de tudo que já veio e o que terá de voltar. Sou aquele que mostra ao sexto o que ele quer ver, sem nunca impedi-lo.

Sou o mais complexo e o mais simples. Sou aquele que prende o sétimo e o protege do resto do mundo.

Sou o oito. Todos são parte de mim e eu sou parte de todos. Sou a consciência dos sete. Sou quem sabe de todos e mesmo assim não compreende. Sou o ciclo do meu próprio ciclo que nunca acaba.

Sétimo personagem: O prisioneiro

O filho imperfeito nasceu. Não sou o que todos vêem, sou mais, sou ego, sou versos que soam breve e fazem você morrer por mim. Sou o crescimento em grandes proporções. Sou a brisa fresca que leva o cheiro da vida para baixo de sua janela. Sou o sétimo e tenho poder sobre os outros seis, mais você não me conhece e não vai conseguir me conhecer sem ter as chaves.

Sou o prisioneiro nesse lugar, o artista que não consegue demonstrar sua arte, o imperfeito que não consegue mostrar como é sublime. E eu não me libertarei por você sem sua compaixão. Sou o sonhador que não consegue olhar para as estrelas, o inimigo que não consegue te esquecer. Seus versos estão presos dentro de mim. Sou aquele que não se decide pelo mal ou pelo bem, sou aquele que continua olhando para trás.

Estou preso e não me culpe se não me encontrar. Mandarei aquele me prende no meu lugar.