O caminho de um bardo às vezes se desprende de sua razão e o leva pra longe daquilo que sempre procurou. Quando se entrega a uma paixão e se deixa consumir, sua alma chega tão perto do fogo apenas para sentir o calor e acaba se queimando. Sua canção soa triste e sua poesia torna-se rancorosa.

Todas as palavras, canções e estrelas apelidadas com o nome de sua amada não superaram o inevitável. A terrível inevitável corda que enforca seu pescoço. A punição por sua inocência e odor de confusão do ar. Um crime que ele certamente não cometeu.

Agora rumo ao esquecimento ele se lembra de tudo que fez. Tão longe ela estava e suas palavras não mudaram sua mente. Ela preferiu acreditar no que nunca foi dito. Se suas palavras não tiveram a capacidade de mudá-la , quem dirá suas ações ou seu olhar? Ela não vai querer olhar nos olhos e ver um homem fraco e descrente, mesmo sendo isso, talvez, apenas a visão que ela criou para ele, para assegurar que ele não alcançaria tão facilmente seu coração.

De qualquer esse tempo serviu ao bardo para lhe mostrar que deve acreditar em seus instintos e que meses e anos não importam tanto assim no tempo. O tempo apenas serve para nos fazer esperar. E criar armadilhas como esta.

“Estas não irão fortificar nossos laços. Nem acredito que serão gravadas em sua memória e também pouco acho que serão de grande importância assim como todas as outras.”

De fato, o bardo espera a banalização dessas palavras assim como o mundo em si. Ele sabe que um dia haverá de parar de sangrar. No momento em que trocar sua harpa por armas e o amor por esquecimento, ai sim, talvez lembre do que ele disse.

“Estamos presos em nossas mentes, para sempre.”